segunda-feira, 5 de maio de 2008

Björk's songs


Quando a música começa, tudo me parece diferente. A chuva, o entardecer, a lua que desponta lá fora... Os rostos, os olhares, os modos de andar... Os abraços, os beijos, as alegrias dos que caminham nas ruas solitárias, tímidos ante meus olhos observadores... Fico mais sensível a tudo. Parece a cena de um curta mudo, mas expressivo, melancólico, sutil, esplêndido.
Nada me vem à mente a não ser o que está externo a mim. O que é inerente à minha alma vagueia em busca de lugares que aceitem perdas inestimáveis e culposas. Sonhos de outrora se expressam agora numa ausência indecifrável.
E o curta continua, levando-me ao som dessa voz esplêndida, para um mundo onde tudo me pertence, o concreto e o abstrato. Só me resta fechar os olhos para o que não é mágico e simplório ao mesmo tempo, guardando todo o resto em minha alma errante nesses curtos minutos de tristeza e beleza.
Parte do que vivi passa rapidamente em minha mente durante a música, se expressando no meu olhar aparentemente vazio, mas cheio de vivacidade e paixão.

A música termina, volto ao mundo real, são os mesmos rostos, os mesmos asfaltos, as mesmas vidraças. O que era monocromático volta a ter cores incômodas, e o aspecto de sonho se desvanece para dar lugar ao concreto.
Escutá-la antes de dormir me dá medo...

6 comentários:

Dante Accioly disse...

Há músicas que têm a capacidade de fazer isso. Podem nos colocar cara a cara com nós mesmos.

Garota Mundana disse...

as músicas têm um poder incrível...=~

Vanessa C. disse...

Björk tem um poder incrível!
^^
maravilhosa!
metafísica!
AMO!

Vanessa C. disse...

AH! E A foto ta linda!

Anônimo disse...

Voc� est� escrevendo cada vez mais solta, � vontade, organicamente. N�o digo que tenho inveja dessa naturalidade, mas confesso que, para mim, escrever sobre meu interior � um trabalho �rduo e confuso. Quem sabe voc� me inspira? Beijos do pai que ama a filha!

Ranniery Melo disse...

it's all so quiet