terça-feira, 25 de março de 2008

"Quando eu era criança...


Adoro observar as pessoas. Como elas caminham, como falam, como sorriem, como olham. Entretanto, sempre corro o risco de ser mal interpretada. Se passo muito tempo olhando fixamente para uma pessoa, logo está entenderá mal minha atitude: ou se incomodará, achando que talvez eu esteja silenciosamente julgando-a, ou terá errôneamente o velho pensamento de "segundas intenções".
Eu entendo, talvez me passem os mesmo pensamentos se surpreendo alguém a me observar. Como todos, não conseguiria sustentar o olhar ao meu observador. É justamente isso que amo nas crianças.
Já perceberam que um bebê normalmente sustenta o olhar? Fixam as grandes pupilas em você e podem fazer aquele momento perdurar longos instantes, sem se intimidar pela insistência dos olhos de seus observadores. É como se pudessem até mesmo enxergar o mais puro de nossas almas. Talvez por isso arriscam, às vezes, um tímido sorriso, tão cheio de vida e tão sincero!
Mesmo quando um pouco mais crescidos, continuam a possuir essa firmeza marcante. Brincam a vontade e agem naturalmente, seja qual for a ocasião. É só observar crianças de três, quatro anos, que correm, gritam, choram, riem, sem se importar com os impertinentes observadores, estes tão saudosos da sua espontaneidade de outrora, quando também, como aquelas crianças, olhavam e sorriam sem as conveniências de agora.
Por isso adoro observar aos nenéns e às crianças. Porque entendem meu olhar e minha admiração, entendem a saudade que sinto ao observá-las com tanto carinho e atenção. Saudade da minha infância, da minha antiga descontração.
Hoje sou mais tímida, mais calada, mais comedida. Hoje não tenho a eterna alegria e as doces brincadeiras. Fui ficando mais irritada, mais pensativa, exalando melancolia. Fui perdendo a coragem de olhar os demais profundamente, buscando inocentemente suas almas. Agora, procuro esse brilho apenas no olhar das crianças, como se tentasse achar uma felicidade há tanto esquecida.
"Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Quando me tornei adulto, rejeitei o que era próprio de criança"

12 comentários:

José Gomes disse...

"O homem nasce puro. A sociedade que o corrompe". Fossem/sejam nossas memórias - até nossa inocência? - arquivos, seriam eles também corrompidos pela sociedade - ou será que por nós mesmos?

Anônimo disse...

Rai
priminha teu texto tá muito mais do que ótimo, tá perfeito. nossa! Teu texto tá espontâneo e muito bonito, e essa espontaneidade prova tua beleza interior, a qual gosto de imaginar que conheço um pouco. hehehe
beijOo
Ah, se eu fosse você eu tirava essa verificação de palavras dos comentários, fica mais fácil decomentar

Raiana disse...

Phi, Eis a questão!

Raiana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Raiana disse...

Íron, espero q vc conheça sim um pouco do meu interior, o qual eu também conheço pouco. Quem sabe vc também me ajuda a conhecê-lo!
E não sabia q tinha essa verificação de palavras, valeu pela dica, vou tirar! ( se eu conseguir!) xD

Dante Accioly disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dante Accioly disse...

O que tem de mais escroto em crescer é o seguinte: a gente desaprende a brincar.

Lucas Benedecti disse...

Adorei o texto, Raiana.
Simples, bonito e sincero. texto bom é isso.


Ah, obrigado pelo elogio, e acho que não paro de escrever sobre música não. hahaha

Vou adicionar seu blog ao meu tbm.

grande abraço.

Raiana disse...

Tio: concordo plenamente. Resta no mínimo inventarmos outras formas de brincar! xD
Lucas: brigada pelo comentário! ^^

Jéssica Welma disse...

Oi, Raiana! Muito prazer!
Adorei o seu texto, principalmente pq compartilho do mesmo pensamento!...Ah, nostalgia dos tempos de criança!!!!Mas crescemos, né!
Obrigada pela visita ao meu blog! Espero poder contar com sua visita sempre q puder!

Jéssica Welma
:)

Anônimo disse...

Filha, é engraçado que, quando tu eras pequena, eu suspeitava que já tinhas vivido muito tempo antes. Hoje percebo jorrarem de ti intuições e conhecimentos que não são do tempo. Felizes os limpos de coração porque verão a Deus.

Anônimo disse...

necessario verificar:)