Ontem eu chorei. Nem estridente, nem demorado, meu choro me fez até bem. Foi assistido pelos carros vazios de passageiros, no estacionamento, e durou o tempo que um elevador gasta para chegar ao destino comandado. Ao entrar no apartamento, já tinha estampada a tranqüilidade em meu rosto, e um sorriso estava pronto a desbotar, caso alguém aparecesse. Foi com essas feições que segui para meu quarto, onde encarei no espelho olhos borrados de uma maquiagem mal feita e de um certo cansaço.
Havia me perdido no compasso de uma desilusão qualquer. Era como se tivesse esquecido qualquer noção de harmonia e, não conseguindo mais identificar a tônica da escala em que a música começara, não encontrava meios de finalizar aquele compasso. Somente a tônica me satisfaria naquele momento, porque eu desejava um encerramento que não desse idéia de continuidade. Não o encontrando, estava presa àquela canção infindável.
E no ritmo de uma melodia até serena, eu e a solidão buscávamos, juntas, os passos mais adequados a seguir. Em frente a um espelho já enferrujado, finalmente eu via a solitude tal qual ela era, com todas as suas formas quase perfeitas e suas definições quase poéticas. Naquele momento, somente a ela eu desejava. E era por ela que eu chorava.
Havia me perdido no compasso de uma desilusão qualquer. Era como se tivesse esquecido qualquer noção de harmonia e, não conseguindo mais identificar a tônica da escala em que a música começara, não encontrava meios de finalizar aquele compasso. Somente a tônica me satisfaria naquele momento, porque eu desejava um encerramento que não desse idéia de continuidade. Não o encontrando, estava presa àquela canção infindável.
E no ritmo de uma melodia até serena, eu e a solidão buscávamos, juntas, os passos mais adequados a seguir. Em frente a um espelho já enferrujado, finalmente eu via a solitude tal qual ela era, com todas as suas formas quase perfeitas e suas definições quase poéticas. Naquele momento, somente a ela eu desejava. E era por ela que eu chorava.
5 comentários:
caralho rai! tá lindo!
putz!
muito iraaaado!
mas tu chorou mesmo?
pq? saudades do primo, foi?
huehe
chore mais não, não há mais motivos pois vou amanhã pra casa da vó... (eu acho)
beija0o
Rai, você escreve absurdamente bem. Essa imagem da tônica é perfeita. É ela que nos dá o parâmetro, diz onde estamos. Sem ela, nossa vida se transforma num "mantra gregoriano" onde não se sabe onde tudo começa ou termina, uma eterna repetição de melodias movediças sobre ao quais não se pode fincar os pés. Quando crescer, quero escrever igual a ti.
Íron: hauhauhauhau! Tá certo, choro mais ñ, mas vc tem q vir aqui msm!! xD
Tio: Huahauhauh! Eu que quero um dia escrever como vc, tio!! Vc completou meu texto!! A idéia do mantra gregoriano foi certeira, não havia encontrado formas de definir como seria a melodia sem a tônica!! é exatamente isso!! ^^
Prezada Raiana,
Li sobre o seu blog hoje, domingo, no Correio Braziliense. Curioso, acessei e gostei muito da sua maneira de escrever, sobretudo, do sentimento que você transmite através do seu estilo. Parabéns. Continue.
www.npradodieguez.com
Postar um comentário